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Sexo sob o Capital: Como o Sistema Moldou Nossos Desejos (e Por que Precisamos Desconstruir).

  • Writer: Fever Films
    Fever Films
  • May 2
  • 3 min read

A forma como entendemos e vivenciamos o sexo está longe de ser um fenômeno puramente biológico; nossa sexualidade foi profundamente moldada por forças históricas e sociais complexas, e desvendar essas influências é o primeiro passo para um prazer mais autêntico e libertador. O sistema capitalista, com sua lógica implacável de produção e consumo, transformou o sexo em mercadoria, objetificando corpos e reduzindo a experiência sexual a uma transação comercial. A pornografia tradicional, muitas vezes, se assemelha a um produto industrializado, com "conteúdo" produzido em massa para ser consumido de forma rápida e descartável, reforçando a ideia de que o sexo é uma performance, um espetáculo para ser apreciado visualmente, em vez de uma experiência de conexão e intimidade.



Essa busca incessante por novidade e variedade, impulsionada pela lógica capitalista, pode levar a uma objetificação do outro, reduzindo pessoas a meros objetos de desejo, desprovidos de complexidade e individualidade, o que contribui ativamente para a desconstrução de padrões misóginos e preconceituosos, que perpetuam a objetificação e a agressão a certas comunidades. De fato, as tecnologias facilitaram o acesso aos conteúdos sexuais, com sua distribuição privilegiada por meio da internet e seu largo consumo; os conteúdos pornográficos se destacam e nos incitam a descortinar os motivos que impulsionam o comportamento de busca desse conteúdo em particular. Ele é no geral tomado como qualquer material produzido com a finalidade de despertar sexualmente o público ou provocar a liberação sexual do consumidor. O tema repercute, sobretudo, na saúde pública. Estudos descobriram que taxas mais altas do uso da pornografia estão associadas a níveis de depressão entre homens.


O patriarcado, sistema que estrutura a sociedade em torno do poder masculino, impôs uma hierarquia do prazer, privilegiando historicamente o prazer masculino em detrimento do feminino. A pornografia tradicional frequentemente reflete essa dinâmica, com narrativas que reforçam a submissão feminina e a ideia de que o prazer da mulher é secundário ou inexistente, internalizando na mulher uma visão distorcida de sua própria sexualidade, levando à culpa, à vergonha e à dificuldade de se conectar com seus desejos. A misoginia, ódio ou aversão às mulheres, se manifesta na pornografia através da objetificação, humilhação e violência simbólica contra o corpo feminino, com mulheres sendo frequentemente representadas como meros objetos de prazer masculino, desprovidas de agência e individualidade, o que contribui para a desvalorização do feminino na sociedade e pode ter um impacto negativo na autoestima e na identidade sexual das mulheres, além de perpetuar estereótipos prejudiciais.


O curta-metragem "Bound", produzido pela Fever Films, oferece um exemplo concreto dessa desconstrução ao explorar a dinâmica de poder em um contexto BDSM carnavalesco e grotesco. Longe de reforçar a tradicional hierarquia de gênero, o filme inverte os papéis, apresentando uma Dominadora imponente que conduz um Submisso em um ritual carregado de erotismo e tensão. Essa representação busca desafiar a objetificação da mulher, conferindo-lhe agência e controle sobre sua sexualidade, enquanto o Submisso encontra uma forma de liberdade na rendição. Ao mesmo tempo, a estética do filme, com suas máscaras e simbolismos, questiona a hipocrisia social e a repressão dos desejos autênticos.



A Fever Films acredita que é hora de desconstruir essas influências negativas e construir um novo paradigma sexual, baseado no empoderamento, reconhecendo a autonomia e o direito de todas as pessoas de vivenciarem o prazer de forma plena e autêntica, na igualdade, rompendo com as hierarquias de gênero e valorizando o prazer mútuo em todas as relações, no respeito, cultivando o consentimento, a empatia e a comunicação aberta como pilares da sexualidade, e na diversidade, celebrando a pluralidade de corpos, desejos e identidades, reconhecendo que não existe uma forma "certa" de ser ou sentir prazer. Ao compreendermos como o sistema moldou nossa visão sobre o sexo, podemos nos libertar de padrões opressores e construir uma sexualidade mais livre, prazerosa e transformadora.




 
 
 

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