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A Revolução Vai Ser Filmada (e Gozada)!

  • Writer: Fever Films
    Fever Films
  • May 2
  • 3 min read

A Fever Films nasceu da inquietação e do desejo de subverter padrões. Nesta entrevista, mergulhamos na mente de [Nome do Entrevistado], figura essencial na construção dessa nova narrativa no universo do conteúdo adulto. De seus primeiros passos no camming à fundação da Fever Films, [Nome do Entrevistado] compartilha conosco sua visão sobre a indústria, os desafios do feminismo no setor e o poder transformador da sexualidade. Prepare-se para uma conversa franca e provocativa, que vai te fazer repensar tudo o que você achava que sabia sobre pornografia. Como você entrou na indústria pornográfica?

Entrei no mercado adulto através do camming. Comecei fazendo shows por webcam de forma totalmente anônima — passei quase um ano sem mostrar o rosto ou revelar minha identidade. Foi só depois desse período que recebi um convite para participar de um filme pornô. Confesso que, até então, eu ainda tinha certo preconceito com o pornô tradicional, mas esse convite veio de uma diretora mulher, com um roteiro no qual eu interpretava a personificação da maconha — e isso me tocou de um jeito especial. Foi uma experiência muito diferente do que eu imaginava. Como eu já era formada em Publicidade e Propaganda, tinha uma base sobre cinema, mas não fazia ideia de que dava pra unir arte e pornografia de forma tão profunda. Me apaixonei. A partir dali, entendi que queria fundar minha própria produtora e mergulhar nesse universo com um novo olhar. Assim nasceu a Fever Films, em 2019.


Como é ser uma diretora feminista nessa área?

Ser feminista é desafiador em qualquer área da vida, e na indústria pornográfica não é diferente. Existe muita confusão sobre o que significa o feminismo, e as críticas nem sempre vêm de onde a gente espera — já ouvi, por exemplo, que eu “não era atriz de verdade” só porque, na época, gravava exclusivamente com meu namorado. E, tristemente, muitas dessas críticas vieram de outras mulheres. Mas sigo firme. Pra mim, o mais importante é aplicar os valores feministas em todas as etapas da produção: da pré-produção ao roteiro, passando pelo cuidado com os atores, pela escuta ativa da equipe técnica, e pela construção de um ambiente de trabalho pautado em igualdade — seja salarial, de espaço, ou de respeito. Essa é a base do que construímos na Fever.


Como você acredita que as mulheres podem/conseguem abordar a sexualidade dentro da pornografia?

Acredito que uma das formas mais potentes é através do roteiro, dos personagens e da intenção artística por trás das cenas. Na Fever, temos duas linhas de produção: os curtas-metragens com roteiro, mais sensíveis e profundos, e os conteúdos amadores, que são cenas de sexo mais diretas. Mas em ambos buscamos naturalizar a sexualidade e tratar o tema com verdade. Nos curtas, principalmente, incluímos temas que vão além do prazer em si — questões sociais, culturais, políticas — porque acreditamos que o sexo também pode ser um veículo de reflexão. A arte tem esse poder de chacoalhar a mente, e queremos justamente isso: provocar, debater, questionar. E o nosso evento, Be on Fever, é um bom exemplo disso. Criamos esse espaço justamente para discutir sexualidade, corpo e prazer de forma aberta, artística e transformadora. É uma forma de tirar a pornografia do lugar marginalizado e colocá-la no centro de debates culturais legítimos. A internet também tem ajudado muito nesse processo. Hoje, as mulheres têm mais liberdade para criar, produzir e distribuir seu conteúdo sem depender da aprovação de empresários cisgênero que controlavam o mercado. Isso muda tudo.


Para você, o que falta para a pornografia ser realmente inclusiva com as mulheres?

Acredito que o maior problema está na falta de consciência sobre o que se consome. Isso vale pra tudo — comida, música, entretenimento — mas na pornografia é ainda mais grave. A gente consome no automático, sem saber quem está por trás daquela cena, qual é a história de quem participou da produção. Precisamos começar a enxergar o pornô com o mesmo olhar que temos para um filme de um diretor renomado: saber quem dirigiu, quem produziu, qual foi o conceito, o impacto daquela cena nas pessoas envolvidas. Existe uma cadeia de trabalho invisibilizada ali — desde a atriz até quem limpa o set — e isso precisa ser reconhecido.

Além disso, é fundamental questionar os próprios desejos: o que te excita de verdade? Isso vem de você ou foi imposto por padrões externos? Questionar o próprio olhar já é um ato político. Pra mim, a pornografia só será inclusiva e positiva quando for consumida com mais consciência — e isso vale pra todo mundo, não só pras mulheres. Esta entrevista é um convite à ação. Que possamos levar as reflexões aqui apresentadas para além do entretenimento, aplicando-as em nosso consumo diário, em nossas relações e em nossa busca por uma sexualidade mais autêntica e libertadora. A Fever Films segue comprometida em construir um futuro mais ético, diverso e prazeroso para a indústria e para todos nós.

Junte-se a nós nessa jornada!

 
 
 

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